Sei que a cada dia tem sido mais difícil para as crianças ganharem dinheiro sem roubar, mas mesmo assim vou passar a minha experiência para nova geração que deve resistir com unhas e dentes contra o fim do trabalho infantil. Sempre quis ser independente e mesmo não precisando trabalhar para sobreviver, meu pai chegou a trabalhar em duas cidades ao mesmo tempo, das 7 as 23hrs, para manter a família. E para isso busquei desde pequeno ganhar meu dinheirinho. Segue meu manual de introdução em “Como burlar o sistema e ganhar dinheiro quando criança”:
Negociações entre menores é a maneira mais fácil e segura, pois o governo não costuma fiscalizar menores. Eu quando criança vendia figurinha ( de álbum de figurinha, hoje pouco usado), Tazo ( era um brinde que vinha nos salgadinhos), chocolate, sorvete, chup-chup ( geladinho, sacolé), direito a fazer prova em dupla comigo, etc. Enfim o interessante é você perceber uma oportunidade de negócio, algo que seus colegas queiram e você pode oferecer a um preço que eles estão dispostos a pagar. Se você tira boas notas, pode ensinar seus colegas e até vender colas para provas, vender sua presença em grupos de trabalho e provas conjuntas. Se há algum objeto de coleção que não é vendido em loja e você já completou a sua, você pode vender um item repetidos pelo dobro do preço ou até mais. São muitas oportunidades, principalmente na área de personalização, quem domina a arte da personalização está feito nessa geração, desde roupas, acessórios, capas de celular e tablet. Adolescente que se dá bem com mulheres, pode ainda ensinar os que ainda estão chegando, entre outras oportunidades que só vivendo a situação mesmo.
Prestando serviço para adultos, eu trabalhava com organização, limpeza, cobrança, entregas, mas sei que hoje está mais difícil com a população trabalhando de fiscal do governo e entregando seus semelhantes ao inimigo. Lavagem de carro e panfletagem são bem comuns, serviços de curta duração e sob demanda (empreita) são os mais fáceis de conseguir clientes. Outro ponto de fuga é buscar profissões que podem ser ensinadas em escolas como artesanato, jardinagem, conserto e configuração de produtos elétricos, eletrônicos e computadores.
Internet abriu um leque enorme também, pois você pode aprender e praticar muitas profissões remotas e o seu cliente nem mesmo saberá sua idade, muitas vezes nem mesmo seu nome. Pode fazer sites, programação, web design, venda de produtos on line e mais uma infinidade. O importante é resistir ao sistema de escravidão nacional promovido pelo MEC e o Estatuto da criança e do Adolescente, que visa transformar a todos em pessoas que não sabem administrar suas propriedades e acabam dependentes do governo que suga hoje mais de 75% do trabalhador brasileiro. Com uma geração que aprendesse desde o princípio a administrar, logo ninguém mais veria a necessidade de terceirizar a administração da sua vida para o estado, que cobra muito caro pelo serviço.
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