terça-feira, 31 de maio de 2016

COMO ROUBAR NA INTERNET!!!


Hoje em dia pode comprar-se um vírus informático, daquelas que roubam os códigos do cartão de crédito de um utilizador, por apenas mil euros. Alguém que queira causar danos no servidor de uma empresa concorrente durante uma hora, ou dedicar-se à espionagem industrial, pode comprar este tipo de serviços a partir dos 30 euros. As redes organizadas de cibercrime funcionam como as máfias clássicas, com um chefe, vários intermediários e um punhado de “mulas”. O negócio está tão bem montado que estas redes criminosas, de distribuição de software malicioso, chegam a fornecer assistência técnica por telefone e garantia pelos serviços. Se o vírus for detectado devolvem o dinheiro.

Trata-se de um emergente mercado subterrâneo que pode render um milhão de dólares por mês aos seus agentes e que lança dúvidas aos que diariamente lutam contra o malware (ver caixa). Luís Corrons, o director técnico dos Panda Labs – os laboratórios da empresa espanhola de antivírus Panda – assume a tentação: “Às vezes sinto-me como o Anakin Skywalker, tentado a passar para o lado negro da Força”.

Uma destas redes de cibercrime, que se dedica à venda de vírus – auto-intitulada Infected Team, com base física na Rússia –, chegou ao cúmulo de pôr online fotografias de uma das suas festas de “redistribuição de lucros”. Nas imagens – onde os envolvidos surgem com as caras desfocadas – podem ver-se malas cheias de dinheiro, cocaína em cima das mesas e mesmo uma lap-dance a um dos protagonistas, por uma mulher parcialmente vestida com um irónico colete azul-escuro e com as iniciais FBI.

Os hackers do passado, maioritariamente miúdos geeks que se divertiam a entrar nas páginas dos governos e das polícias com o único objectivo de poderem contar aos amigos que o tinham feito, deram lugar aos cibercriminosos que têm por objectivo apenas o lucro. A fama já era.

“É um negócio sofisticado do qual não se houve falar todos os dias, mas também não se houve falar da máfia todos os dias”, diz Josu Franco, director de negócios da Panda Security, durante uma visita do PÚBLICO aos laboratórios da empresa, em Bilbau, onde diariamente, em turnos de 24 horas, cerca de 60 pessoas se dedicam a monitorizar e anular os efeitos dos milhares de vírus informáticos que circulam diariamente pela Internet.

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